Angelo Salvioni
Departamento de Comunicação
Principal paratleta feminina brasileira em 2017, Alana Maldonado defenderá as cores do Palmeiras nos tatames nesta temporada. Destaque nas competições internacionais desde 2015, a judoca vem em ascensão meteórica na carreira e, com apenas 22 anos, soma grandes conquistas, como a medalha de prata nos Jogos Paralímpicos Rio 2016 e os ouros na Copa do Mundo 2017, no Uzbequistão, e no Open 2018, na Alemanha (todos na categoria 70kg).
Fã das artes marciais desde o berço, Alana iniciou a carreira no judô aos quatro anos, sob forte influência da família e principalmente dos avós. No entanto, aos 14, a atleta descobriu que era portadora da doença de Stargardt, causadora de perda progressiva da visão. Ela tem atualmente 20% desta capacidade e precisou tomar importantes decisões para continuar no esporte.
“Foi um momento muito difícil para mim e para minha família, pois, além da aceitação, eles não sabiam o que fazer para me ajudar. Fiquei um ano afastada de tudo para me entender e, a partir de então, planejei o que seria e faria dali para a frente. Muitas perguntas vêm à cabeça neste momento, mas decidi voltar ao judô. Superei as adversidades, consegui me adaptar muito bem e hoje estou aqui no Palmeiras”, disse.
Na época em que descobriu a doença, a atleta estava na faixa marrom de judô. Hoje na preta, ela é referência para os demais judocas e senseis palestrinos. Um deles, Denilson Lourenço, treinador de Alana na Seleção Brasileira Paralímpica desde 2015 e elemento fundamental no sucesso de sua carreira.
“Eu conheci o Denilson em 2015 quando foi para Tupã, minha cidade, observar treinos. Desde então passamos a treinar juntos e nossos estilos de luta são parecidos, desde o combate até a parte psicológica. Ele me conhece muito bem, pois sabe como gosto de lutar, quando estou nervosa, confiante, e foi muito importante para mim nestas últimas conquistas”, destacou.
Vinculada à Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) e à Associação Mariliense de Esportes Inclusivos (AMEI), ela disputará pelo Verdão competições paradesportivas e regulares (olímpicas). Além de rasgar elogios ao judô palestrino, Alana credita sua chegada ao clube a Denilson e tem como grande sonho na carreira ser medalhista de ouro nas Paralimpíadas.
“Desde o ano passado nós planejamos uma rotina de treinos e competições no regular para somar ao paralímpico. Propus esse desafio a mim mesma, e o Palmeiras me abraçou. O sensei Denilson e os diretores abriram as portas para mim, pois cheguei para somar”, finalizou.
O próximo desafio de Alana Maldonado pela Seleção será na Copa do Mundo em Antalya, Turquia, no mês de abril. A temporada terá ainda a disputa do Campeonato das Américas IBSA, de 17 a 23 de maio, no Canadá, e o Campeonato Mundial, em novembro, na cidade de Lisboa, em Portugal.