Há 35 anos, ‘Ciclone’ brindava público recorde com vitória em clássico

Departamento de Comunicação

Dia 15 de outubro de 1978. Palmeiras e Santos se enfrentam no Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, para 127.613 espectadores e estabelecem o recorde de público da história alviverde, cuja a marca completa 35 anos nesta terça-feira (15). Com gols de Escurinho e Jorge Mendonça, o Verdão venceu o jogo por 2 a 0 e quebrou a invencibilidade do time praiano no Campeonato Paulista – mais tarde, porém, o Santos ficaria com a taça do torneio.

A partida contra os “Meninos da Vila”, como eram chamados os santistas, também registrou o segundo maior público da história do Morumbi. O primeiro aconteceu na derrota corintiana diante da Ponte Preta, em 1977, no primeiro confronto da final do Paulistão. No segundo jogo, em desvantagem no placar, os alvinegros levaram 60 mil a menos e o público não chegou a 90 mil pessoas.

Divulgação _ Filpo Nuñes era o técnico do Verdão na épocaOs embates que antecederam o duelo com o Santos geraram grande expectativa na torcida alviverde. Após o retorno do técnico argentino Nélson Filpo Nuñes ao Verdão, o time paulista embalou seis vitórias seguidas e ficou conhecido como “Ciclone”. Dentre estes seis resultados positivos, inclui-se a vitória por 2 a 0 sobre o arquirrival Corinthians, sendo que os dois tentos foram assinalados por Jorge Mendonça, além da goleada por 5 a 1 sobre a Portuguesa Santista.

A série invicta ficou marcada na história do clube e, na oportunidade, animou os adeptos do Palmeiras, que viram uma equipe ofensiva sob o comando de Filpo. O comandante, que alterou o esquema tático do 4-3-3 para o 4-4-2, implantou o famoso “Quadrado Mágico” no Alviverde, com Jorge Mendonça e Escurinho atacando, enquanto Pires e Ivo ficavam na retaguarda, além de laterais e pontas agressivos, que se deslocavam com muita rapidez.

Divulgação _ Escurinho era peça importante no timeO treinador Filpo Nuñes tornou-se ídolo entre os palmeirenses e conhecido no futebol nos anos 60, quando o técnico montou a Primeira Academia e ofuscou o Santos de Pelé, que, até então, era o time a ser batido.

Somando as suas três passagens pela equipe palestrina, Filpo soma 154 jogos, 94 vitórias, 27 empates e 33 derrotas, sendo que o comandante conquistou o título do Rio-São Paulo de 1965 e, no mesmo ano, participou do jogo histórico em que o Alviverde representou a seleção brasileira e derrotou o Uruguai por 3 a 0, no estádio do Mineirão – Filpo, inclusive, é o único estrangeiro a dirigir o Brasil na história.

O argentino, que estreou pelo clube paulista em 1964, encerrou a sua trajetória no Palmeiras no início de 1979, quando deu lugar a Telê Santana.