Departamento de Comunicação

Tri da Libertadores! O Palmeiras sagrou-se campeão sobre o Flamengo em jogo iniciado na tarde deste sábado (27), no Estádio Centenário de Montevidéu, no Uruguai, pela final da Libertadores (jogo único em campo neutro). Pelo placar de 2 a 1 – gol de Raphael Veiga aos quatro do primeiro tempo e de Gabriel para o Rubro-Negro, aos 26 do segundo, e de Deyverson, aos quatro do primeiro tempo da prorrogação, o Verdão levou a melhor e superou o rival.

Clique aqui para ver a ficha técnica, estatísticas e tudo sobre o jogo!

Superior ao Flamengo no retrospecto geral (47 vitórias contra 42 derrotas em 122 jogos – houve ainda 33 empates), o este foi o primeiro duelo entre as equipes na Libertadores. Curiosamente, porém, esta não é a primeira vez que o Alviverde levanta uma taça contra o Rubro-Negro fora do país: em 1997, na única vez em que os rivais se enfrentaram fora do Brasil até então, o Verdão conquistou o Troféu Naranja ao vencer o Rubro-Negro por 2 a 0 na decisão, em Valencia (Espanha), gols de Zinho e Oséas.

O Palmeiras levantou a taça da Libertadores pela terceira vez na história (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

O Palmeiras, aliás, tem retrospecto de 100% de aproveitamento contra brasileiros fora do país: contra compatriotas fora do território nacional, foram dois jogos contra o Botafogo (1 a 0 em 1962, no México, e 2 a 1 em 1963, na Itália), um contra o São Paulo (2 a 1 em 1993, na Espanha) e dois contra o Flamengo (2 a 0 em 1997, na Espanha, e agora 2 a 1 em 2021).

De quebra, o Verdão está invicto chegou a seis partidas invictas contra equipes do Brasil na Libertadores: vitória contra o Santos, pela final de 2020; empate e vitória contra o São Paulo, pelas quartas de final de 2021; dois empates com o Atlético-MG, pela semifinal de 2021; e agora 2 a 1 sobre o Flamengo (e título assegurado).

Desconsiderando torneios amistosos, este foi o primeiro título de campeonato fora do Brasil, pois, todas as taças internacionais do clube foram conquistadas em território nacional Mundial de 1951 e Libertadores de 2020 no Maracanã (Rio de Janeiro) e Copa Mercosul de 1998 e Libertadores de 1999 no Estádio Palestra Italia (São Paulo). Já os torneios amistosos fora do país foram 15 torneios ao todo: Torneio do México (1959), Torneio Cidade de Manizales (1962), Torneio Quadrangular de Lima (1962), Torneio Pentagonal de Guadalajara (1963), Torneio de Florença-Itália (1963), Ramón de Carranza (1969), Copa da Grécia (1970), Copa del Atlántico/Mar Del Plata (1972 invicto) Ramón de Carranza (1974), Ramón de Carranza (1975), Copa Kirin (1978), Torneio Lev Yashin (1994), Copa da China (1996), Torneio Naranja-Espanha (1997) e Florida Cup (2020).

O Maior Campeão do Brasil é ainda o clube brasileiro com mais participações de Libertadores: são 21 até aqui, mas já tem a sua 22ª participação garantida em 2022, o que coloca o Verdão como o clube com mais edições na Libertadores, isoladamente, seguido do São Paulo e do Grêmio, ambos com 21 participações.

E quando o tema se restringe a participações seguidas, em 2021, o Verdão alcançou mais um feito histórico: chegou a sua sexta consecutiva, um recorde na história do clube. E como já está garantido para a edição de 2022, garantiu, assim, a sua sétima disputa em série, se tornando o líder dentre os times brasileiros com mais edições seguidas, ao lado do São Paulo (o Tricolor disputou sete ininterruptas entre 2004 e 2010).

Nos aspectos individuais, a comissão de Abel Ferreira alcançou um número expressivo: 14 vitórias em 20 disputas de mata-mata pelo Verdão. Desde que assumiram o comando do clube em 05/11/2020, curiosamente já um jogo de mata-mata, pelas oitavas da Copa do Brasil de 2020, o Palmeiras disputou 20 jogos decisivos sob o comando da comissão portuguesa e se classificou ou chegou ao título em 14, contra seis vezes em que ficou pelo caminho ou com o vice-campeonato. Neste período, os portugueses conquistaram os troféus da Libertadores (duas vezes, em 2020 e 2021) e da Copa do Brasil (2020).

O JOGO

O primeiro tempo foi dominado pelo Palmeiras, que chegou ao gol logo aos 4 minutos de bola rolando, com Raphael Veiga. Gustavo Gómez começou a jogada da defesa, lançou para a ponta-direita, Mayke disparou em velocidade, dominou e, invadindo a grande área pelo canto, conseguiu tocar para trás, no centro da área. Veiga invadiu, chutando de primeira, com força, de pé esquerdo, sem chances para o goleiro flamenguista Diego Alves. (Palmeiras 1×0 Flamengo)

Raphael Veiga abriu o placar no Estádio Centenário (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

O Verdão ainda criou outras chances e valorizou a posse de bola. Quase sempre que o Rubro-Negro oferecia alguma ameaça, a defesa do Palmeiras se mostrava ligada e desarmava, recuperando o controle da partida. As vezes em que o Flamengo criou as melhores chances foram em recuos errados do próprio time do Palmeiras: os cariocas assustaram com uma jogada de Bruno Henrique, aos 16, mas que foi ligeiramente desarmado por Mayke – Luan completou afastando. O Palmeiras ainda teve uma outra grande chance aos 28, quando Raphael Veiga disparou pela esquerda e cruzou uma bola perigosa, cortada de cabeça por Rodrigo Caio – o zagueiro flamenguista, porém, quase mandou contra o próprio gol.

Na reta final do primeiro tempo, o duelo até equilibrou-se taticamente, mas tudo parecia dar certo para o Verdão até o apito final da etapa inicial, da qual saiu vencendo por 1 a 0. Os 45 minutos seguintes, entretanto, não seriam tão favoráveis ao Verdão.

O segundo tempo, como já era de se esperar, teve o Flamengo vindo para o tudo ou nada contra Verdão. O Rubro-Negro criou chances logo nos movimentos iniciais com Gabriel e Willian Arão, mas, aos sete minutos, o Palmeiras respondeu com Rony. David Luiz ficou cara a cara com Weverton aos 10 minutos, que surgiu como um paredão na frente do zagueiro rubro-negro, defendeu – Weverton já havia feito ótima defesa no primeiro tempo em bola de Arrascaeta quase à queima-roupa, que também havia sido primordial.

E assim vinha sendo o segundo tempo. O Flamengo ameaçava, e o Palmeiras esboçava reação. Até que, aos 26 minutos, Gabriel aproveitou passe de Arrascaeta pela esquerda e bateu cruzado – Weverton não conseguiu fazer a defesa e a bola passou rente à trave e entrou. (Palmeiras 1×1 Flamengo)

Foi um grande baque sofrido. Abel Ferreira, que já havia substituído Danilo por Patrick de Paula para renovar o fôlego no meio-campo antes do gol do Flamengo, voltou a mexer no time aos 31 visando dar mais mobilidade à equipe, impedindo que o Verdão se abatesse em campo: entrou Wesley no lugar de Dudu no ataque; e aos 35, outra troca no meio-campo: Danilo Barbosa entrou na vaga de Zé Rafael. Desta forma, o Verdão foi se recuperando do baque sofrido visando não sofrer gol para continuar na disputa.

Aos 40 minutos, um susto. A bola de Michael, do Flamengo, que havia entrado minutos antes, passou muito perto do gol do Palmeiras. Tudo poderia ter acabado ali. Porém, foi para fora e o Verdão seguiu com esperanças na partida. Placar igual, expectativa de dois tempos de 15 minutos de prorrogação. Se nada mudasse, decisão nos pênaltis.

Na prorrogação, Abel lançou Deyverson no lugar de Raphael Veiga – ele que jamais errou pênalti pelo Verdão nas 15 cobranças que fez. E não deu outra. O predestinado ‘Menino Maluquinho’ precisou de quatro minutos em campo para marcar, pressionando a zaga do Flamengo e forçando uma saída errada em recuo para o goleiro: de pé esquerdo, disparou contra Diego Alves, que ainda tocou na bola, mas a viu morrer dentro das redes. (Palmeiras 2×1 Flamengo)

Deyverson pressionou a saída de bola do Flamengo e conseguiu ficar frente ao goleiro Diego Alves (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

Deyverson saiu comemorando desenfreadamente. Ele que já havia feito o gol do título brasileiro de 2018, o deca, em São Januário, contra o Vasco. Saudou a torcida palmeirense presente no estádio e chorou como criança. Até o fim do primeiro tempo da prorrogação, o Palmeiras, focado, não deixou passar nada. Cada bola que vinha era tirada com toda a raça pelos jogadores. E assim foi até o apito final.

Para os 15 minutos finais, Abel, ainda com direito a duas substituições, colocou Gabriel Menino para assumir a função de Mayke na lateral direita. E o Verdão ficou com mais fôlego na missão de manter a defesa sólida. E assim foi até o fim. Cada bola, os jogadores davam a vida para afastar. A oito minutos do fim da partida, o treinador português ainda usou a sua última alteração: colocou Felipe Melo no lugar de Piquerez, fechando de vez a casa. Era só aguardar para esperar a festa.

Ao fim dos minutos da prorrogação, vem o apito do árbitro argentino Néstor Pitana e a redenção! A América era pintada de verde pela terceira vez na história.