Palmeiras empata com Boca Juniors em casa e se despede da Libertadores 2018

Bruno Alexandre Elias
Departamento de Comunicação

Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação_Verdão lutou até o fim, mas não conseguiu se classificar à final do Continental

O Palmeiras recebeu o time do Boca Juniors-ARG na noite desta quarta-feira (31), no Allianz Parque, pelo jogo de volta das semifinais da Conmebol Libertadores. Apesar de brigar os 90 minutos, com muita garra, o Alviverde empatou por 2 a 2 e não conseguiu reverter a vantagem do time xeneize imposta no jogo de ida, na Bombonera, por 2 a 0. Os gols esmeraldinos foram marcados pelos zagueiros Luan e Gustavo Gómez.

O Palmeiras se despede da mais importante competição das Américas com ótimos números: a campanha do Verdão em 2018 na Libertadores aponta um retrospecto favorável até aqui, com 22 gols marcados e apenas oito sofridos em 12 jogos disputados, com oito vitórias, dois empates e duas derrotas.

Além disso, Borja, camisa 9 do Verdão, é o atual artilheiro da competição continental em 2018, ao lado de Wilson Morelo, do Independiente Santa Fé-COL, ambos com nove gols.

Campeão da Libertadores em 1999, o Maior Campeão do Brasil ostenta uma série de marcas positiva ao longo de suas participações no Continental.

Tradição do Verdão na Libertadores

O Palmeiras é o time brasileiro com mais edições disputadas da Libertadores. Neste ano, o clube alviverde chegou a 18 edições participadas no torneio continental, ao lado de Grêmio e São Paulo. São, ao todo, 174 jogos pela Libertadores, com 91 vitórias, 33 empates e 50 derrotas (309 gols marcados e 197 sofridos).

O Maior Campeão do Brasil é o clube brasileiro com mais gols na história da Conmebol Libertadores: o time alviverde marcou 309 vezes. Com isso, a equipe palestrina ocupa a décima colocação do ranking geral de clubes, considerando times estrangeiros. Neste quesito, o líder é o River Plate-ARG, com 546 bolas na rede.

Vale ressaltar que o Alviverde também é o time brasileiro com mais bolas na rede como visitante na principal competição das Américas, com 127 tentos anotados fora de seus domínios ao longo de suas participações no torneio continental.

Em 2018, o Verdão se isolou como o brasileiro com mais vitórias fora de casa na Libertadores. São 33 triunfos fora de seus domínios no Continental, dois a mais do que o Cruzeiro, com quem antes o Alviverde dividia a primeira posição – a equipe mineira contabiliza 31 vitórias no certame como visitante.

O Verdão carrega ainda a fama histórica de ter sido o primeiro brasileiro a ter disputado uma final de Libertadores. Foi em 1961, quando enfrentou o Peñarol na grande decisão e ficou com o vice-campeonato. O Alviverde ainda chegou à final em 1968 e 2000, além de 1999, quando foi campeão. O clube ainda alcançou a fase semifinal em 1971 e 2001.

Ao longo de sua trajetória na mais importante competição das Américas, o Alviverde já contou com quatro artilheiros: Tupãzinho (1968, com 11 gols), Lopes (em 2001, com nove gols), Marcinho e Washington (ambos em 2006, com cinco gols cada um). Em 2018, Borja vem repetindo esta sina, com nove bolas na rede.

Agenda

O Palmeiras volta a campo neste sábado (03/11), às 19h de Brasília, no Allianz Parque, para enfrentar o Santos, pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro – o Verdão é o atual líder do certame nacional, com 63 pontos.

O jogo

O duelo começou com o Palmeiras indo com tudo para cima do Boca Juniors, na busca de, no mínimo, levar a partida para as penalidades. Logo aos dez minutos de bola rolando o capitão Bruno Henrique estufou as redes, após receber belo passe de Lucas Lima, incendiando a torcida no Allianz Parque. No entanto, a arbitragem anulou o tento do palestrino utilizando o VAR, que apontou impedimento de Deyverson na jogada.

Mesmo com o gol anulado, a torcida continuava a empurrar o time com entusiasmo. Porém, aos 17 minutos, o time argentino chegou ao gol e acabou jogando um balde de água fria no time alviverde. Ábila colocou a equipe visitante em vantagem após receber de Villa (Palmeiras 0x1 Boca Juniors)

A partir do tento xeneize, o que se viu foi um Palmeiras sem muita sorte em suas jogadas – executava corretamente, mas não conseguia de fato levar perigo à meta rival – e também uma arbitragem um tanto quanto perdida em campo.

Em um dos últimos lances do primeiro tempo, o jogador Pérez, do Boca, tocou a bola com o braço dentro da área. Os jogadores do Palmeiras pediram análise do VAR. De fato o braço de Pérez desviou a pelota, mas estava junto ao corpo (o que poderia não caracterizar um pênalti). No entanto, a arbitragem dispensou a análise por vídeo de um lance tão crucial e ainda marcou tiro de meta – neste caso, o correto seria assinalar escanteio.

Para o segundo tempo, Moisés entrou no lugar de Bruno Henrique. O Verdão mostrou que não tinha se dado por vencido e mostrou garra. Logo aos sete minutos da etapa derradeira, o zagueiro Luan recebeu bola ajeitada de Felipe Melo para chutar cara a cara com o arqueiro do time argentino e deixar tudo igual (Palmeiras 1 x 1 Boca Juniors)

Nesse momento, a torcida – que nunca duvidou – passou a acreditar ainda mais, mesmo porque, ainda restavam quase 40 minutos de jogo. E a esperança do palmeirense iria aumentar ainda mais em breve.

Aos 13 minutos, Dudu sofreu pênalti indiscutível após invadir a área do Boca Juniors. Nem mesmo foi necessário a confirmação pelo VAR. Para a cobrança, partiu o paraguaio Gustavo Gómez: o zagueiro esmeraldino chutou no canto direito do goleiro Rossi, sem chance de defesa. (Palmeiras 2×1 Boca Juniors)

Àquela altura, o Verdão precisava de mais dois gols para se classificar, e o time começava a se inflamar. Havia, no mínimo, mais 30 minutos de bola rolando e os gols alviverdes pareciam questão de tempo. Aos 17 minutos de jogo, Willian sentiu dores na coxa e precisou ser substituído por Borja, mais um atacante de área.

Aos 24 minutos, no entanto, Benedetto – que havia marcado duas vezes no jogo de ida, vitória do Boca por 2 a 0 na Bombonera – voltou a ser decisivo e ampliou ainda mais a vantagem xeneize. Ele bateu bem colocado, de fora da área, e acometeu a defesa do Alviverde. (Palmeiras 2×2 Boca Juniors)

Visando um milagre (três gols) com 15 minutos para o fim da partida, o técnico Felipão resolveu mexer no time: colocou Gustavo Scarpa no lugar de Felipe Melo, aos 30 minutos do segundo tempo. Com isso, o Verdão deixou de ter um jogador com características mais defensivas e passou a jogar ainda mais aberto.

Apesar das alterações, o Verdão, mesmo conseguindo trabalhar bem o setor criativo, não conseguiu mudar o marcador, que terminou com a contagem de 2 a 2. O resultado favoreceu o Boca Juniors, que se classificou à decisão da edição de 2018 do torneio continental.

Palmeiras: Weverton; Mayke, Luan, Gustavo Gómez e Diogo Barbosa; Felipe Melo (Gustavo Scarpa, aos 30'/2ºT), Bruno Henrique (Moisés, no intervalo) e Lucas Lima; Dudu, Willian (Borja, aos 17'/2ºT) e Deyverson. Técnico: Luiz Felipe Scolari.

Gols: Luan (7'/2ºT) (1-1), Gustavo Gómez (15'/2ºT) (2-1).

Cartões amarelos: Deyverson, Gustavo Gómez, Luan e Felipe Melo.