Palmeirenses têm tarde de emoção e alegria em visita a crianças com câncer
Heron Ledon
Departamento de Comunicação
Eram cerca de 15h desta quarta-feira (08) quando o Palmeiras/Meltex chegou ao número 690 da Alameda dos Uapés, na capital paulista. Como ação social de Dia das Crianças, a ser comemorado no próximo domingo (12), o time visitou a Casa Ronald McDonald São Paulo, que abriga crianças e jovens em tratamento do câncer. O emocionante encontro também fez parte da parceria entre o McDonald’s e o basquete palestrino, e o seu resultado foi a troca de sorrisos, a diversão e o aprendizado.
Os pequenos estavam na hora do lanche quando a turma palmeirense chegou. A princípio, eles ficaram impressionados com o tamanho dos atletas, e não demorou muito para a curiosidade se materializar: um deles foi ao colo do pivô Douglas Nunes porque queria alcançar o teto do recinto. Durante as primeiras conversas e risadas, um sábio garoto já ganhou a confiança dos jogadores após ser questionado pelo ala Jhonatan Luz se gostava mais de basquete ou de futebol. “Basquete!”.
Na sala ao lado do refeitório, Claudiano Pantalão, de 14 anos, já travava um duelo no vídeo game com Átila dos Santos. Eram 11 contra 11 em um gramado verde, e o menino, sem se intimidar com os 2,08 m de seu oponente, logo tratou de balançar as redes e despachá-lo. Os alas Diego e Fabrício também entraram na brincadeira ante os “donos da casa”, reforçados por Adão Soares e Jonathan Bessa, de oito e 13 anos, respectivamente.
Uma outra batalha se iniciava perto dali. Fã do Homem-Aranha, o pequeno e elétrico Vinicius de Holanda pulava de sofá em sofá lançando suas “teias” contra o palestrino Jhonatan, que o contra-atacava com boas doses de cócegas. O ala, porém, não foi páreo, e um adversário maior passou a encarar por longos minutos o rondoniense de quatro anos: Douglas Nunes. Almofadadas para cá, piruetas para lá, e Vinicius demonstrava sua energia para lutar contra a leucemia com gargalhadas – e “mais teias” – para quem ia até o local ajudar o camisa 13 do Verdão.
Mais tímida, a meiga Clarice Pontes, de sete anos, apareceu para tirar uma foto com Jhonatan, que conseguiu arrancar um sorriso da menina cearense. Karolaine Pavão chegou ao recinto com a mesma timidez e observou a diversão de todos. A comissão técnica alviverde a convidou para uma conversa, e a bela de 14 anos revelou que ainda não está totalmente acostumada com o ritmo paulistano por ser de Manaus-AM e que está na Casa há um ano.
Sem condições financeiras, crianças e jovens de 0 a 18 anos vêm de todo o Brasil para buscar a cura do câncer no GRAAC (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer) e ficam alojadas na Casa Ronald de São Paulo-SP até o tratamento acabar. Fazem companhia a elas as suas “mãezinhas”, como carinhosamente as mães são chamadas pelos funcionários e voluntários que trabalham lá. Parte da verba arrecadada no McDia Feliz – do qual o Palmeiras/Meltex foi um dos maiores apoiadores neste ano – é destinada ao programa, implantado em outras cidades do país.
Uma das coordenadoras do voluntariado da Casa, Sônia Toledo levou o grupo palmeirense para conhecer as instalações do local enquanto falava sobre o trabalho feito e contava as histórias de algumas crianças. No subsolo, o elenco e a comissão palestrinas estamparam suas mãos com tinta guache na “Parede das Estrelas”. Entre as grandes inscrições dos atletas, surgiram duas bem menores, dos pequenos Adão e Luiz Henrique, que também quiseram deixar suas marcas.
“É muito legal e importante trazer um pouco de alegria e interação para essas crianças, que sofrem tanto. Mas também é principalmente para nós porque vemos o quanto somos pequenos, o quanto às vezes reclamamos de coisas superficiais, e essas crianças sofrem junto com seus pais. Então, realmente é uma lição de vida para nós, um momento de reflexão para que a gente aprenda e cresça como ser humano. O nosso grupo também fica mais fortalecido e unido”, disse o técnico Régis Marrelli.
Emocionado com a visita, o ala Diego compartilha a mesma opinião do treinador. “Eu fico muito feliz por saber que, entre tantas dificuldades que existe em nosso país, há um lugar assim, com gente igual a Sônia, que cuida e ajuda todo mundo na maior boa vontade. É uma coisa emocionante, cativante. Todas as crianças nos envolveram aqui nessa casa, nesse passeio, foram elas que fizeram a nossa alegria. Foi um prazer para mim. Acho importantíssimo essa interação nossa não só com a Casa Ronald, mas com outros lugares como esse”.
O grupo do Verdão presenteou a Casa com uma regata de jogo e uma bola de basquete autografadas pelos jogadores. Enquanto o Alviverde tinha os últimos instantes de interação com os garotos, mais afastado, Douglas Nunes falava à TV Palmeiras sobre a sua felicidade por estar com a criançada, sobre o difícil momento de se despedir dela e comentava a respeito de sua farra com o “Homem-Aranha”. Eis que o pequeno Vinicius surge para abraçar o palmeirense e, claro, para lançar as suas “teias”.
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