Angelo Salvioni
Departamento de Comunicação

O judô paralímpico da Sociedade Esportiva Palmeiras recebeu um reforço de peso para a temporada 2019. Atual medalhista de ouro do Grand Prix Internacional e número 17 do mundo na categoria ligeiro (-60kg), o paraense Thiego Marques se junta à Alana Maldonado, campeã mundial da modalidade em 2018, para defender as cores Verdão ao longo do ano.

Angelo Salvioni/Palmeiras _ Thiego e Alana foram trazidos ao Verdão por Denilson Lourenço, professor de judô do clube

Natural de Parauapebas, cidade localizada a 709km de distância da capital paraense Belém, o paratleta tem sido destaque da modalidade desde a adolescência com a conquista de diversas competições de idade escolar, como as Paralimpíadas Escolares, o Grand Prix e, principalmente, o vice-campeonato mundial de jovens, em 2013, nos Estados Unidos. Thiego celebrou a oportunidade de defender o judô alviverde e exaltou a grandeza do clube no esporte nacional.

“Reprensentar o Palmeiras é o mesmo que buscar o equilíbrio de uma balança. É uma honra grandiosa representar esse escudo, que vem também com a responsabilidade de defender um dos maiores times do país ao lado de uma campeã mundial paralímpica. Sei que tenho de dar o meu melhor para representar as cores do clube tanto no Brasil quanto no mundo”, declarou.

Com 20 anos de idade atualmente, o judoca é portador do albinismo, mutação genética que inibe a produção de melanina, responsável pela cor da pele e dos cabelos. Uma das consequências deste distúrbio é a perda de visão, da qual o paratleta conta atualmente com menos de 30% da capacidade. O tema era motivo de bullying na escola durante a infância, e o judô ajudou o paraense a dar a volta por cima através do esporte.

“Tive dificuldades para estudar e ter contato com outras pessoas. Isso acabou me afastando do pessoal. Eu também fazia parte de uma escola especial para deficientes visuais, e alguns colegas praticavam judô. Uma vez, eles me convidaram para participar e não saí mais. Peguei gosto pela coisa. Isso me ajudou a perder a timidez e ser incluído socialmente. Se não fosse o esporte, acredito que não teria as perspectivas e oportunidades que tenho hoje”, contou.

Descoberto no Pará pelo professor Antônio Sérgio Soares, que acumula participações na delegação da Seleção Brasileira de Judô Paralímpico, Thiego chamou a atenção pelo desempenho nas competições escolares e passou a participar de treinos com a equipe principal do Brasil. Já pelo time adulto, em 2017, foi bronze do Parapan-Americano e quinto lugar da Copa do Mundo, feitos que comprovaram o talento do garoto paraense na modalidade.

O próximo compromisso do palmeirense em competições paralímpicas é a Copa do Mundo de Baku, no Azerbaijão, em maio. Ele, assim como Alana Maldonado, representa a Seleção Brasileira em busca de sua primeira medalha de ouro em competições adultas fora do Brasil. Ambos são fortes candidatos a defender o país nos Jogos Parapan-Americanos de Lima, no Peru, no mês de agosto.

ELE SUPEROU O BULLYING E VIROU INSPIRAÇÃO NO PALMEIRAS