Verdão no Pan: com representantes em Toronto, clube mantém tradição na competição

Daniel Romeu
Departamento de Comunicação

Fabio Menotti/Ag. Palmeiras/Divulgação _ Esta é a terceira vez que Sarah Nikitin disputa os Jogos Pan-AmericanosA Sociedade Esportiva Palmeiras também “entrará em campo” nos Jogos Pan-Americanos de 2015, em Toronto, no Canadá. Com tradição e diversas medalhas conquistadas por atletas do clube na história dos Jogos, caberá à mesatenista Gui Lin e à arqueira Sarah Nikitin a honra de representar os palestrinos, além de toda a nação brasileira, nesta edição. A competição reúne os principais esportistas do continente e terá sua cerimônia de abertura nesta sexta-feira (10).

Para Sarah Nikitin, essa emoção não será novidade. Principal esperança de medalha do Brasil no tiro com arco feminino, a arqueira vai para sua terceira participação no Pan – ela disputou o Pan do Rio de Janeiro, em 2007, e de Guadalajara, em 2011, mesmo ano em que chegou ao Palmeiras. O torneio servirá como mais um teste antes dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio, e do Campeonato Mundial da modalidade, na Dinamarca, entre julho e agosto deste ano.

“Eu me sinto sempre honrada em representar o Brasil. Estar em um evento como esse é um momento muito especial na vida de um atleta e sou muito grata por já estar na minha terceira participação nos Jogos Pan-Americanos”, disse Sarah, concentrada com a Seleção Brasileira no Centro de Desenvolvimento do Vôlei, em Saquarema (RJ), ao longo das últimas três semanas.

No tênis de mesa, o histórico do Palmeiras nos Jogos Pan-Americanos é ainda mais antigo. O palestrino Hugo Hoyama, um dos maiores medalhistas do Brasil na competição, terá em Toronto sua principal competição como técnico da Seleção Feminina até aqui. A expectativa sobre Gui Lin, que também é atleta de Hugo na equipe do Palmeiras/São Bernardo, é boa, segundo o comandante. Atualmente, ela é a brasileira melhor colocada no ranking mundial.

Divulgação _ No tênis de mesa, Hugo Hoyama (como técnico) e Gui Lin representarão o Verdão na Seleção Brasileira“Como atleta meu objetivo era conquistar medalhas, resultados. Agora é igual. Como técnico, espero ajudar as meninas a alcançarem esse objetivo. Vai ser diferente somente porque são elas que vão jogar, eu não vou empunhar a raquete. A Gui Lin fez uma preparação muito boa, estamos confiantes. Meu papel é de ajudá-la a ficar mais tranquila e focada para jogar o que vem treinando. Falei que se todas elas se jogarem como nos treinos, a chance de alcançamos nossos objetivos é grande. Depende delas”, disse Hugo Hoyama, ao Site Oficial do Palmeiras.

Apesar de ainda não ter disputado o Pan-Americano pelo Brasil, a chinesa naturalizada brasileira do Verdão já tem uma Olimpíada no currículo: a de 2012, em Londres. Experiência no Pan, entretanto, é o que não falta a Hugo Hoyama.  Desde o Pan de 1995, em Mar del Plata, nunca o Brasil terminou sem ao menos uma medalha de Hugo Hoyama – foram dez de ouro, uma de prata e quatro de bronze no período, com total de 15 em oito participações. Algumas delas com a “ajuda” da famosa cueca da sorte do Palmeiras, que fez sucesso nos últimos Pans.

“Todo mundo sabe que sou palmeirense. Fico muito feliz de representar não só o Brasil, mas mostrar que um palmeirense está representando o país. Fui homenageado várias vezes pelo clube e isso é legal, reconhecimento do trabalho de um cara que além de vestir a camisa do Brasil veste a do Palmeiras. Quando vou para essas viagens, sempre levo algumas coisas do clube, principalmente a camisa. Em 2007 e 2011, muita gente soube a história da cueca que eu usava nos jogos. Não era supersticioso, a verdade é que eu queria ter algo do Palmeiras junto comigo. Deu certo e consegui os resultados. Neste ano não vai ter a cueca, mas pelo menos uma camisa na mala eu vou colocar. Vamos ver na hora”, completou o mesatenista.

Palmeiras como sede dos Jogos Pan-Americanos

Na única edição dos Jogos Pan-Americanos realizada em São Paulo (SP), no ano de 1963, as instalações do Palmeiras funcionaram como sede das competições aquáticas, como o pólo e os saltos ornamentais. Além disso, o clube serviu de alojamento para equipes de vôlei e basquete de outros países, além de receber em seu ginásio os jogos do voleibol. Na final entre Brasil e Estados Unidos, com todos os espaços disponíveis ocupados, os palmeirenses presenciaram a vitória brasileira por 3 a 0 e a primeira medalha de ouro pan-americana do país na modalidade.  

Reprodução _ Henrique Guimarães conquistou duas medalhas de bronze em Pan-AmericanosO judoca Henrique Guimarães, atual coordenador do judô do Palmeiras, também escreveu bonita história no Pan-Americano. Em Mar del Plata (1995) e em Santo Domingo (2003), o palmeirense conquistou a medalha de bronze pelo Brasil. Segundo ele, o feito alcançado na Argentina é especial por ter antecedido a medalha de bronze olímpica no ano seguinte, em Atlanta, nos EUA – até hoje, é a única medalha olímpica em esportes individuais do Verdão.

“A participação do Palmeiras foi muito importante, principalmente em 1995. A minha principal história, os resultados, foram no Palmeiras. Foi o clube que realmente abriu as portas no início, acreditou e investiu em mim. Era um momento diferente do esporte, os atletas pagavam para viajar, e o Palmeiras sempre me ajudou nessa questão. É um clube que eu defendo com unhas e dentes. O Palmeiras foi o precursor no sucesso que tive no judô”, disse Henrique Guimarães.

Henrique Guimarães ressalta que os Jogos Pan-Americanos sempre antecedem os Jogos Olímpicos, o que dá maior importância para a competição nas modalidades mais competitivas. Além disso, o torneio serve como experiência para os atletas mais jovens a se acostumarem com a competitividade e o convívio entre atletas de vários países e esportes – o que é comum nas Olimpíadas e, se não houver o devido cuidado, pode desviar o foco durante a competição.

“Principalmente em 1995 eu tinha todas as condições de ser campeão. Serviu como exemplo positivo para Olimpíada de 1996. São cinco minutos de luta e você não pode se desconcentrar. Eu estava ganhando bem e, com 20 segundos no cronômetro, tomei um ‘ippon’. Na Olimpíada já fiquei mais experto. Saí com a alma doída, sabendo que poderia ter ido mais longe. Em 2003, no entanto, foi muito bom porque eu vinha de lesão. Nem iria para o Pan, mas fui e me superei. Mesmo um pouco abaixo da minha forma física, levei a medalha”, completou.