Profissionalização e investimento em tecnologia colocam clube de vez no século 21

Luan de Sousa
Departamento de Comunicação

Quando eleito presidente pela primeira vez, em 2013, Paulo Nobre apregoou que “o grande campeão do século 20 ainda não tinha entrado no século 21”. Afinal, para ele, era necessário quebrar paradigmas e mudar totalmente a maneira de administrar o clube para recoloca-lo entre os protagonistas do futebol brasileiro.

E o objetivo foi atingido com excelência, sobretudo a partir de 2015, com as chegadas do diretor de futebol Alexandre Mattos e do gerente Cícero Souza. Com eles, além da agilidade e da inteligência na incumbência de reformular o elenco (trazendo jogadores como Vitor Hugo, Edu Dracena, Zé Roberto, Egídio, Jean, Arouca, Gabriel, Moisés, Dudu e Alecsandro), o preceito de profissionalização e o investimento em tecnologia se tornaram mais evidentes.

Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação _  Alexandre Mattos e gerente Cícero Souza foram apresentados por Paulo Nobre em janeiro de 2015

Contratações pontuais, por exemplo, foram calcadas em informações reunidas após a criação do Centro de Inteligência do Palmeiras (CIP), o qual ganhou novos profissionais, um escritório moderno e softwares de última geração. Lucas Barrios e Thiago Santos foram alguns dos nomes sugeridos, enquanto outros foram descartados após minuciosa análise. E, além de municiar sobre reforços, os profissionais do CIP foram importantes no dia a dia do time, fornecendo informações valiosas para a comissão técnica sobre o Palmeiras e os adversários. 

Na área médica, o Palmeiras ganhou os reforços de Altamiro Bottino, coordenador científico, e Jomar Ottoni, fisioterapeuta que se juntou a outros três colegas que já estavam no clube (José Rosan, José Eduardo Arruda e Marcelo Gondo). Já o fisiologista Gustavo Magliocca, diretor médico da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), passou a trabalhar diariamente com o elenco profissional.

Bottino teve a missão de aparelhar o Departamento Médico no quesito tecnologia. Além de um GPS de última geração (que capta diversos dados a serem estudados pelos mais diferentes profissionais), o Verdão comprou importantes aparelhos para regeneração e prevenção de lesões, como os de recovery (os mesmos usados por times de basquete e de futebol americano nos Estados Unidos após os jogos) e os Kineo (o Palmeiras foi a primeira equipe das Américas a adquiri-lo). Também estabeleceu em seu cotidiano a termografia – sob a coordenação de David Mahamud, o setor registra fotos térmicas dos jogadores para detectar áreas vulneráveis a lesões.

De 2015 para 2016, as lesões diminuíram bastante – foram 36 problemas musculares no ano passado contra apenas 13 nesta temporada. Sem contar que o tempo médio de recuperação caiu de 24 para nove dias. Além disso, com todo este aparato, Gabriel Jesus conseguiu defender a Seleção Brasileira e, horas depois, por três vezes, esteve em campo para ajudar o Palmeiras – uma contra São Paulo, outra diante do Cruzeiro e outra frente ao Atlético-MG.

Com toda essa força fora das quatro linhas, e como Paulo Nobre havia prometido, o Palmeiras entrou de vez no século 21. Mas o clube não para de olhar para a frente. Em um processo inédito de integração total com as categorias de base, que renderam frutos como João Pedro, Thiago Martins, Matheus Sales e Gabriel Jesus, o Verdão trabalha incansavelmente para formar em casa os ídolos do futuro. Só nesta temporada, por exemplo, 24 atletas da base alviverde foram convocados para as Seleções Brasileiras Sub-15, Sub-17, Sub-20 e Sub-23.