Além das 36 medalhas: as curiosidades do tiro com arco do Verdão em 2017

Departamento de Comunicação

O Palmeiras/Raycon teve ao menos um atleta medalhista ou entre os melhores colocados em todos os torneios que disputou em 2017, incluindo os internacionais e pela Seleção Brasileira. O grupo palestrino conquistou um troféu de vice-campeão e 11 ouros, 15 pratas e dez bronzes, em certames individuais, de duplas mistas e por equipes. Além dos títulos, uma série de dados curiosos ajuda a explicar o grande trabalho feito pelos arqueiros e comissão e ainda revela algumas particularidades do tiro com arco.

Os 13 arqueiros do elenco alviverde marcaram presença em nove campeonatos realizados no território nacional, quatro fora do país – sendo dois pela Seleção – e em cinco seletivas para representar o Brasil. No total, participaram de 43 provas, pois certas competições possuem várias etapas, uma média de quase um compromisso por fim de semana.
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Considerando apenas os torneios no país, as cores verde e branca reluziram em quatro Estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás), nove cidades (SP: São Paulo, Campinas, Guarulhos, Ribeirão Pires, Barueri e Ubatuba; RJ: Maricá; MG: Belo Horizonte; GO: Goiânia) e 17 locais diferentes. O complexo esportivo mais visitado – 20 vezes – foi a Vila Olímpica Mario Covas, na região do Butantã, capital paulista, onde ocorre a maioria dos certames estaduais.

A distância percorrida para ir aos campos de tiro e voltar não foi pouca. Se os 13 atletas fossem sempre juntos a todos os torneios, o percurso seria de aproximadamente 12.000 km, tomando como referência de partida e retorno a Academia de Futebol do Palmeiras, que fica na Barra Funda, em São Paulo (SP), onde a equipe treina. E não estão inclusas nesse número as competições no exterior, em Manati (Porto Rico), Dubai (Emirados Árabes Unidos) e Indiana e Arizona (Estados Unidos).

Focando na disputa em si, se engana quem pensa que o tiro com arco é um esporte “parado”. Juntos, os arqueiros palestrinos dispararam uma flecha cerca de 15.800 vezes, contando apenas os tiros que valeram pontos, ou seja, sem considerar aquecimentos, treinos livres e oficiais e treinamentos do dia a dia. Os arcos dos atletas possuem variadas potências em libras. Então, o competidor puxa uma quantidade de peso a cada disparo, podendo chegar a quase 30 kg, dependendo do equipamento. Nesses 15.800 tiros, os palmeirenses puxaram em torno de 362 toneladas, o que equivale a mais ou menos 22 ônibus do modelo usado pelo time de futebol profissional do Verdão.

Naturalmente, o esforço físico para realizar um disparo é grande, sobretudo para suportar por alguns segundos todo o peso, em uma precisão milimétrica, já que qualquer desvio pode lançar a flecha para fora do alvo. Geralmente, um atleta leva de 10 a 12 segundos para tirar a flecha da aljava (espécie de bolsa ou estojo onde elas ficam guardadas) e efetuar o disparo. Assim, os arqueiros do Palmeiras gastaram pouco mais de 52 horas para atirar todas as 15.800 vezes. Seria como executar o mesmo movimento durante 35 partidas de futebol, sem descanso.

E, claro, os atletas ainda precisam buscar as flechas e voltar à posição inicial, exceto em algumas fases de grandes torneios internacionais e em certames paralímpicos. A metragem que separa a linha de tiro e os alvos varia de acordo com o tipo de competição e categoria. No indoor, a distância é de 18 metros. Já no outdoor pode ser de 30 a 90 m, mas os palestrinos geralmente atiram a 50 (arco composto), 60 e 70 metros (arco recurvo, classes máster e adulto, respectivamente). As flechas são retiradas dos fardos a cada série de até seis tiros – quantidade que também muda conforme a disputa. Fato é que os palmeirenses, entre os 15.800 disparos, andaram aproximadamente 300 km – 867 voltas no gramado do Allianz Parque –, com ou sem chuva, vento, frio e calor… Realmente o tiro com arco não é um esporte “parado”.

Já a distância que as flechas alviverdes voaram nesses quase 16 mil tiros foi de 647 quilômetros, a velocidades que ultrapassam facilmente os 200 km/h com o arco recurvo e os 300 km/h com o composto. Esse trajeto até o alvo é quase imperceptível a olho nu. As flechas dos arqueiros do Verdão têm entre 60 e 80 cm de comprimento, mas menos de 1 cm de espessura. Inclusive, tais 15.800 disparos fariam uma linha de pequenos furos de 110 metros (pouco mais que a extensão entre os gols do Allianz Parque). Agrupados, criariam um buraco de 0,6 m². E, caso os palestrinos tivessem essa enorme quantidade de flechas e elas fossem colocadas uma seguida da outra, se formaria uma reta de 12,2 km.

Essas estatísticas mostram um pouco da dimensão e dia a dia do tiro com arco do Palmeiras/Raycon. Todos os números serão reiniciados no fim de janeiro de 2018, quando haverá a primeira seletiva de arco composto para a Seleção Brasileira. Os Campeonatos Paulistas Outdoor, Indoor e Field vão começar em fevereiro. E os arqueiros do Verdão novamente vão em busca dos pódios dos principais torneios brasileiros e de alguns internacionais.