‘Pequeno’ pivô honra sobrenome Aguirre e brilha com a camisa do Verdão

Heron Ledon
Departamento de Comunicação

Arquivo Pessoal/Divulgação _ O tio (à esq.) e o pai (à dir.) de Luca já atuaram pelo basquete alviverdeO palmeirense Luca Aguirre é o “pequeno” pivô de 1,86m de altura do basquete Sub-13 do Palmeiras. Ele traz em seu DNA a qualidade da família na modalidade. Seu avô, Gustavo Aguirre, foi um dos principais nomes da Seleção Argentina nas décadas de 70 e 80, quando também se destacou pelo Verdão. Luca – que tem como exemplo ainda o pai e o tio, também ex-jogadores palestrinos – foi eleito o melhor pivô do Campeonato da Grande São Paulo (GSP) deste ano e já honra o sucesso de seu sobrenome.

A história dos Aguirres no basquete começou em Córdoba-ARG, na cidade de Gustavo, hoje com 61 anos. Aos 17, o promissor atleta já estava no conjunto juvenil de seu país, conquistando o Sul-Americano na temporada seguinte. Em 1979 e de 1982 a 1985, o esportista da Seleção principal hermana defendeu as cores alviverdes com êxito. “Essa época foi muito legal. Nós sempre ficávamos entre os quatro primeiros. O Palmeiras era e ainda é um dos principais nomes do basquete. Sempre tivemos supertimes”, lembrou o ex-pivô de 2,04m.

Identificado com o clube e estabelecido no bairro palmeirense, Gustavo já passava o seu carinho pelo Verdão ao filho Christian, de 38 anos, que, criança, acompanhava os jogos de futebol no estádio Palestra Italia. Mais tarde, ele jogou pela base do basquete verde e branco, mas não chegou a se profissionalizar – o que aconteceu com seu irmão mais novo, Gabriel. Atualmente com 22 anos, o caçula é ala-pivô no Pacific Tigers, participante da liga universitária dos Estados Unidos, a NCAA. Antes disso, porém, ele também teve conquistas pelo Palmeiras e pela base da Seleção.

O quarto atleta da família começou cedo o caminho das glórias. Em 2013, Luca sagrou-se vice-campeão da GSP e do Estadual Sub-12 pelo Círculo Militar de São Paulo – as duas finais foram justamente contra o seu time de coração. “A gente brincava que era para ele não comemorar as cestas. Ele jogou, acabou perdendo as duas finais para o Palmeiras, e aí foi mais fácil convencê-lo a vir para cá”, brincou Christian, seu pai. “A decisão foi ótima. Ele evoluiu muito do ano passado até hoje”, completou.

Fabio Menotti/Ag. Palmeiras/Divulgação _ O basquete fora passado de geração em geração na família dos Aguirres

De fato, houve uma melhora do garoto. Ao término das finais da GSP de 2014, encerradas no início desta semana, Luca foi eleito o melhor pivô do certame. “Isso reflete bastante o que eu fiz durante o ano, que foi vir aos treinamentos, treinar forte, fazer o que o técnico pedia, nunca achar que está bom e sempre querer mais. E é muito bom receber esse prêmio com a camisa do Palmeiras, com a qual minha família jogou”, afirmou.

O jovem Aguirre ainda foi um dos principais cestinhas do Sub-13 palmeirense com aproximadamente 15 pontos por jogo. A equipe terminou na quarta colocação do torneio. “O nosso time estava um pouco desfigurado, alguns atletas saíram, e os meninos se superaram, mostraram postura, e o Luca foi um deles. Ele já tem na família características de pivôs e acho que ele será o futuro pivô do Palmeiras, com potencial até para a Seleção”, falou o treinador e ex-jogador do clube, PiSérgio.

Luca aponta, como seus principais dotes, “o gancho e alguns arremessos no garrafão”. Seu avô, no entanto, enxerga na estrutura física do neto uma boa qualidade e até uma vantagem em relação a sua época de garoto. “Ele dizia que queria jogar futebol. Mas eu já sabia que ele iria para o basquete. Uma hora ou outra, a ficha ia cair. Ele tem um bom corpo para o basquete, que é de muita força hoje, e está melhor preparado. É muito legal, dá muito orgulho ver que ele está seguindo o caminho do esporte, que é muito bom, um ambiente sadio, faz crescer como ser humano. Isso é o mais importante”, disse Gustavo.

Arquivo Pessoal/Divulgação _ Christian é um dos maiores exemplos no basquete para LucaQuando a família está junta, não há como não acontecerem treinamentos e conselhos especiais para Luca. Afinal, bons professores não faltam a ele. “As ‘aulas’ são muito boas (risos). Meu avô e meu pai me dão várias dicas e toques. Quando o Gabriel chega dos Estados Unidos, ele me passa algumas fintas, jogadas novas, sobre marcação…”, falou. Dessa forma, manter a tradição de sucesso fica um pouco mais fácil para o garoto. “Pressão tem um pouco pelo sobrenome, mas, quando eu entro na quadra, eu só penso em jogar e me esqueço do resto. Minha família também me deixa tranquilo, não fica me cobrando, e isso é bom”.

Como não poderia ser diferente, o pai coruja se orgulha do filho e se sente representado, na pele dele. “É uma emoção muito grande. Eu sonhava em ser um grande jogador e agora eu o vejo fazer coisas que eu não conseguia. Acabo realizando os meus desejos através dele e fico muito feliz por ele. No dia seguinte da premiação, eu acordei como se eu tivesse sido premiado. Foi muito bacana ver meu filho trabalhar duro e ser reconhecido por isso”.
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