Verdão consolida status de clube formador com seis pratas da casa na final do NBB

Angelo Salvioni
Departamento de Comunicação

A Sociedade Esportiva Palmeiras segue com a tradição de formar atletas de destaque para o basquetebol brasileiro. Líder nos campeonatos estaduais nas categorias Sub-13, Sub-17, Sub-19 e Sub-22, a boa fase alviverde transcende as fileiras do Palestra Italia até os dias de hoje, com inúmeros atletas revelados para o Novo Basquete Brasil (NBB).

Nesta temporada, Paulistano e Bauru decidem o campeonato brasileiro da modalidade com atletas revelados pelo Palmeiras no elenco. O time alvirrubro da capital, por exemplo, conta com quatro jogadores formados no Verdão: os armadores Yago Mateus e Arthur Pecos, o ala-armador Mogi e o pivô Pedrão. Os dois primeiros, inclusive, com atuações importantíssimas à classificação da equipe nos playoffs do NBB. Já a esquadra bauruense conta com os jovens alas Henrique Cerimelli e Gabriel Jaú, ambos com bons minutos de quadra pela competição nacional.

Fabio Menotti/Ag. Palmeiras/Divulgação _ Revelado no Verdão, Yago Mateus é um dos destaques da final do NBB

Yago, inclusive, fez parte dos feitos históricos recentes da base do basquete palestrino. Além de ser o armador da equipe dos invictos entre 2013 e 2014, pelo Sub-15, a revelação palmeirense se inspirou em Stephen Curry, armador do Golden State Warriors, da NBA, e fez 56 pontos diante do Paulistano pelo Paulista Sub-17, no ano passado. As grandes apresentações renderam ao jogador muitos prêmios pelo clube: além dos títulos pelo Torneio da Grande São Paulo (GSP) e Estadual, ele soma três campeonatos brasileiros como destaque absoluto da Seleção Paulista e um Sul-Americano Sub-15 defendendo as cores do Brasil – o armador foi eleito MVP do torneio.

Primeiro treinador do armador e atual técnico do time Sub-13 do basquete palmeirense, Willians Manzini descreve com precisão a leveza do garoto em suas exibições. “Fiquei sabendo do Yago através de um vídeo. Logo que notei seu diferencial, entrei em contato com o Mião (irmão do atleta) para trazê-lo para cá. Assim que ele chegou a São Paulo, fiquei de buscá-lo na rodoviária, e, ao vê-lo em quadra, vi tudo o que tinha concluído com o DVD. Essa postura de não sentir o peso de um jogo importante e atuar com alegria existe desde 2013. É uma satisfação enorme fazer parte desta trajetória e vê-lo despontar como um dos principais jogadores do NBB após as coisas que ele enfrentou na carreira”, contou.

Fabio Menotti/Ag. Palmeiras/Divulgação _ Murilo Henriquy foi campeão paulista Sub-19 em 2015 pelo Verdão e disputou as semifinais do NBB 2017 pelo VitóriaCom grandes mudanças na filosofia de trabalho para a temporada 2017, o Verdão extinguiu as categorias menores pares (Sub-12, Sub-14 e Sub-16) do basquetebol e manteve as ímpares (Sub-13, Sub-15, Sub-17, Sub-19), no intuito de dar maior qualidade e experiência às respectivas equipes com base nos modelos das escolas estadunidenses e europeias. Na visão do coordenador da modalidade no clube, Lucas Costa, o trabalho tem dado ótimos frutos.

“O Palmeiras sempre teve esse codinome de clube formador durante a história do departamento de basquete. Grandes jogadores saem daqui desde os anos 70, e o que fazemos hoje é dar continuidade a esta cultura. Buscamos fazer o trabalho com excelência para formar atletas com total capacidade de integrar equipes profissionais sem sentirem o peso das competições adultas. Abraçamos esta nova filosofia para amadurecer os jogadores em aspectos táticos e técnicos”, explicou Lucas.

Outros pontos importantes da formação de atletas de ponta para o basquete nacional têm sido as inscrições das equipes Sub-17 e Sub-19 em torneios com média de idade superior e a realização de intercâmbios internacionais. Em 2016, por exemplo, o Alviverde conquistou o terceiro lugar do Torneio Aberto Masculino, competição organizada pela Federação Paulista de Basketball que contava somente com esquadras adultas.

Além do status de clube formador em alta, o Verdão também tem dado as cartas nas competições estaduais de base. No Campeonato Paulista Sub-22, por exemplo, é o primeiro colocado do Grupo A da fase classificatória do torneio, com seis vitórias em sete jogos, e chama a atenção pelos destaques individuais, como os armadores Caio Pacheco e Nicolas Ronsini, os alas Daniel Haydin e Alex Rodrigues e os pivôs Rafael Paulichi e Enzo Silveira. Os atletas, inclusive, têm média de idade inferior em relação aos demais times que disputam o certame, já que integram os times Sub-17 e Sub-19.

A excelência nos números também pode ser vista pela campanha do time Juvenil no Paulista Sub-19: além de “papa-invictos”, o time aparece na liderança da categoria, com sete vitórias em oito jogos. Para Felipe Santana (Filé), treinador das duas equipes, os garotos assimilam rapidamente a mentalidade de ambas as competições e adquirem prestígio precocemente.

“O trabalho do técnico de base, além de ser extremamente difícil, traz muitas recompensas. O time e as condições de trabalho são os mesmos. O que realmente muda é a maturidade dos adversários, e os garotos se adaptam muito bem a isso. Muitos jogadores não estavam no time de 2016 e já abraçaram o espírito do basquete palmeirense. Acredito que o grande diferencial é saber extrair o máximo do que se tem em mãos, pois isso é determinante no final da temporada. É muito bom ser treinador da garotada”, analisou.

LNB/Divulgação _ Além dos jogos na base, Arthur Pecos defendeu o Palmeiras no NBB na temporada 2012/13

Com dez vitórias em 11 jogos e atual vice-campeão estadual, o Sub-17, comandado por Adagoberto Aguiar (Adaga), completa a excelente fase palestrina nas competições de base. O treinador, inclusive, é auxiliar de Filé nos times Sub-19 e Sub-22 e vê com bons olhos os resultados positivos da integração entre categorias.

“Viver a experiência de jogar uma competição Sub-22 é algo muito rico para os garotos, pois eles não estão fazendo excelente campanha por acaso. Eles têm potencial e estão aproveitando muito bem a oportunidade de estudar aspectos voltados para torneios adultos. Apesar de ser um desafio, ver o saldo positivo deste trabalho é muito importante para nós”, observou.

Siro Casanova, ex-diretor do basquete, morre aos 65 anos

Diretor do basquete palestrino na época da chegada de Yago Mateus, Siro Casanova faleceu na manhã da última quinta-feira (01), na capital paulista. Sua primeira passagem pela diretoria da modalidade foi na gestão do ex-presidente Paschoal Walter Byron Giuliano, entre os anos 70 e 80, e cuidou especialmente das categorias de base, com mais de 30 títulos estaduais e nacionais.

Siro retornou ao Verdão em 2010 e foi um dos responsáveis pela volta do time profissional da modalidade. A equipe foi vice-campeã da Super Copa Brasil (2012) e permaneceu no Novo Basquete Brasil (NBB) até 2015. O palmeirense, no entanto, ficou na diretoria até 2014, mas não se afastou das arquibancadas do Ginásio do Palestra Italia, onde respirou basquete e dedicou sua vida ao Palmeiras.