Há 45 anos, Verdão vencia Robertão pela 2ª vez e se tornava tetra nacional

André Lima
Luan de Sousa
Departamento de Comunicação

Campeão dos dois Torneios Início da temporada, vice-campeão paulista (atrás apenas do Santos de Pelé no quadrangular final), campeão dos Torneios de Mar del Plata, Cidade de Barcelona e Ramón de Carranza, o Palmeiras fechou o ano de 1969 (no dia 7 de dezembro) com chave de ouro: campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o quarto título nacional da história alviverde (os anteriores haviam sido em 1960 e duas vezes em 1967).

Foi a primeira conquista do goleiro Leão como titular da meta palestrina. Ele havia sido contratado no começo de 1969, aos 19 anos, junto ao Comercial-SP. “Foi um título bastante importante para a minha carreira, foi a definição da minha titularidade. Foi muito importante por tudo o que eu passei antes do campeonato. Eu comecei fora do time, foi uma situação bem difícil que vivi. Estava em um período de testes e com um contrato de apenas três meses quando quebrei a perna. Nem viajei com o time nas excursões antes do Brasileiro, fiquei tratando no Brasil. Mas, depois do início do torneio, voltei à equipe, interrompemos uma série de derrotas, e ninguém mais nos parou”, relembrou Leão, em entrevista ao Site Oficial.  

O Alviverde começou o certame de forma cambaleante, perdendo para Flamengo, Internacional, Cruzeiro e Bahia e empatando com o América-RJ. Porém, o time – que tinha Dudu, Ademir da Guia e César Maluco da Primeira Academia; e Leão e Luís Pereira iniciando a Segunda – juntou os cacos, recuperou-se e terminou a primeira fase na liderança do Grupo B.

“Em 1969, o Palmeiras sofreu muitas modificações em relação ao ano anterior. Então, eram jogadores com pouco tempo de clube e que estavam muito motivados para acertar. No Brasileiro, a equipe vinha de uma excursão na Europa e começou perdendo alguns jogos, mas, quando se encontrou e começou a ganhar, não parou mais”, recordou Leão.

No quadrangular final (contra Cruzeiro, Corinthians e Botafogo), o Verdão empatou com o arquirrival e com a agremiação mineira, derrotou o time carioca por 3 a 1 (com dois de Ademir e um de César) e acabou campeão pelo saldo de gols – com apenas um tento a mais do que o Cruzeiro. “Apesar de emocionante até o fim, creio que o título veio com naturalidade. O Palmeiras era bem superior aos adversários”, finalizou.

A Segunda Academia, ainda embrionária em 1969, faturaria mais duas taças nacionais para o clube, em 1972 e em 1973. Leão, simultaneamente à sua trajetória vitoriosa no Palestra Italia, iniciaria já na temporada seguinte sua carreira na Seleção Brasileira, pela qual disputaria quatro Copas do Mundo (1974 e 1978 como titular, e 1970 e 1986 como reserva). Ao todo, foram 617 partidas pelo Verdão – o segundo com mais jogos, atrás apenas de Ademir da Guia –, com três Brasileiros (1969, 1972 e 1973) e três Paulistas (1972, 1974 e 1976).

Campanha
Jogos: 19 (dez vitórias, três empates e seis derrotas)
Gols marcados: 28
Gols sofridos: 21

Jogo decisivo
Campeonato Brasileiro de 1969 – Quadrangular final (3ª rodada)
Palmeiras 3×1 Botafogo
07/12/1969
Estádio do Morumbi, São Paulo-SP
Juiz: Armando Marques (SP)

Palmeiras: Leão; Eurico, Baldocchi, Nélson e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Cardoso (Serginho), Jaime, César Maluco e Pio (Copeu). Técnico: Rubens Minelli.

Botafogo: Cao; Luís Carlos, Chiquinho, Moisés (Ademir) e Valtencir; Leônidas e Afonsinho; Jairzinho, Humberto, Ferretti e Torino (Zequinha). Técnico: Zagallo.

GOLS: Ademir da Guia (11’ 1ºT-PAL), César Maluco (27’ do 1ºT-PAL), Ademir da Guia (44’ do 1ºT-PAL) e Ferretti (10’ do 2ºT-BOT).