Lenda do levantamento de peso do Palmeiras conduz a tocha olímpica no Rio de Janeiro

Daniel Romeu
Departamento de Comunicação

Divulgação_Luiz Gonzaga de Almeida carregou a Tocha Olímpica na véspera da abertura dos JogosO levantamento de peso do Palmeiras voltou a marcar presença nos Jogos Olímpicos – mais uma vez representado por Luiz Gonzaga de Almeida, comandante do departamento de halterofilismo do clube desde 1967. Com três Olimpíadas no currículo, o ex-atleta de 74 anos foi um dos condutores da tocha olímpica no Rio de Janeiro, na noite desta quinta-feira (4), e sentiu novamente a emoção de participar do maior evento multiesportivo do mundo.

“Esse sentimento eu não tive igual em nenhuma Olimpíada que participei. É uma oportunidade única. Existia um propósito do próprio Comitê Olímpico Brasileiro. Fui indicado pela minha trajetória no esporte e por estar na ativa há mais de 50 anos. Uma felicidade tão grande que não há como descrever. Quando vemos os outros correndo, parece normal. Mas quando chega a sua vez, isso muda de figura. É algo que o levantamento de peso me deu e agradeço muito”, disse ele, um dos grandes nomes da história dos esportes olímpicos do Palmeiras.

Baiano de Mucugê, Luiz Gonzaga de Almeida chegou a São Paulo nos anos 50 e trabalhou como trapezista e garçom antes de encontrar seu maior talento: o levantamento de peso. Ele foi descoberto pelo halterofilista palmeirense Bruno Barabani – porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura dos Jogos de Melbourne-AUS, em 1956 –, que se impressionou pelo desempenho do jovem no “braço-de-ferro” e o convidou para treinar a modalidade no Verdão.

Em mais de 50 anos dedicados ao levantamento de peso olímpico, ele participou de três Jogos Olímpicos: em 1968, na Cidade do México, em 1972, em Munique-ALE (como atleta), e em 1988, em Seoul-COR (como treinador do Brasil) – terminou entre os 15 melhores do mundo nas duas participações como atleta. Ele parou de competir em 1981 e foi presidente Federação Paulista de Levantamento de Peso entre 1991 e 2009, contribuindo para a modalidade.

“Essa sensação de conduzir a tocha foi algo maior do que senti ao participar de três edições dos Jogos Olímpicos. Em cada competição que você participa, você se preocupa em dar o melhor de si para atingir a sua performance, visando boa classificação. Como técnico, você procura comandar atletas. Agora não. Ouvir as pessoas dizerem que sou merecedor, fica difícil conter a emoção. Para mim foi incomparável, como um renascimento”, completou Gonzaga.

Os recordes fazem parte da carreira de Luiz Gonzaga de Almeida, já que ele é o brasileiro que mais venceu sul-americanos, com sete títulos e um vice-campeonato. Também disputou campeonatos mundiais, quatro Jogos Pan-Americanos (1963, 1967, no qual conquistou o bronze, 1971 e 1975), além dos vários títulos conquistados em torneios nacionais. A modalidade é uma das mais vencedoras na galeria do Palmeiras, com mais de mil títulos.

Além de Gonzaga de Almeida, o judoca Henrique Guimarães também foi outro representante do Palmeiras a conduzir a tocha – além de Hugo Hoyama, em São Bernardo do Campo-SP, e Ademir da Guia, em São Paulo-SP. A tradição da Tocha Olímpica surgiu na Grécia Antiga: a cada quatro anos, chama é acesa no país europeu por raios de sol, em referência aos Jogos da Antiguidade. O fogo é mantido aceso por 100 dias, pelos quais percorre diversas cidades.

Fabio Menotti/Ag.Palmeiras/Divulgação_Gonzaga posou ao lado da equipe de levantamento de peso do Verdão