Números do time em Salvador superam médias no campeonato

Agência Palmeiras Marcelo Cazavia

O resultado de 2 a 0 diante do Bahia acabou com um incômodo jejum de dez partidas sem vitórias do Palmeiras no Campeonato Brasileiro e afastou qualquer possibilidade de rebaixamento para a Série B. Porém, para muitos torcedores, tão importante quanto o placar obtido foi o fato de o time ter voltado a jogar bem. E os números provam isso.

De acordo com o Footstats, o Verdão registrou, por exemplo, um índice de 89% de acerto de passes em Salvador – no geral do campeonato, a equipe aparece em quinto lugar neste quesito com média de 87% de passes certos por partida. Outro destaque foi para a quantidade de finalizações a gol. Líder no fundamento com média de 16,8 chutes a gol por jogo, a equipe de Luiz Felipe Scolari mandou 17 bolas contra o gol de Marcelo Lomba no último domingo [22].

Não à toa, Felipão destacou na entrevista após o duelo em Pituaçu que o triunfo foi mérito do “pensamento de grupo” dos seus comandados. “Eles tiveram o mesmo espírito do primeiro turno, aquilo que falávamos de organizar um pensamento de grupo em que todos se ajudem. Podemos não ter uma equipe altamente qualificada como todos desejam, mas com superação, com o espírito que nós tínhamos, nos igualávamos a todos. Mostramos isso nesses três últimos jogos.”

De fato, as apresentações anteriores, contra Grêmio e Vasco, já haviam evidenciado uma mudança na postura do time em campo. No empate por 2 a 2 com os gaúchos, quando o time deixou escapar a vitória no último minuto do jogo, foram 86% de passes certos e 11 finalizações. Já no empate por 1 a 1 com os cariocas, foram 81% de acerto e 14 chutes a gol.

“A forma como os atletas têm se posicionado nos últimos jogos tem sido fundamental. Jogamos fora de casa contra o Grêmio, que tem uma boa equipe, e estávamos vencendo por 2 a 0. Contra o vice-líder Vasco, o jogo foi pau a pau. Tomamos um gol cedo e reagimos. Este era o espírito que tínhamos no primeiro turno. O fundamental hoje [domingo] foi o posicionamento em campo e a vontade dos atletas”, comentou Felipão.

A reação nas três últimas rodadas, segundo o treinador, tem tudo a ver com a chegada do novo gerente de futebol César Sampaio. “O ambiente foi modificado com a entrada do César. Algumas coisas dentro do grupo demoraram muito para serem clareadas, coisas que aconteciam e que não eram verdades. A partir das colocações do César, voltamos a ter uma situação de futebol igual à do primeiro turno, com uma valentia em campo”, afirmou. “O César é simples, muito correto na forma de falar. Ele não viveu nenhum problema nosso antes e, por exemplo, foi conversar com o Valdivia. Conversa normal, de um mais velho com um jovem, que ajuda e pode ajudar. Agora, é outro tempo”, completou.

Outro fundamento que chamou a atenção nas últimas três partidas é o desarme. No geral do Brasileirão, o Palmeiras aparece em segundo lugar neste quesito com média de 31,8 por jogo, mas roubou muito mais bolas contra o Grêmio (51), o Vasco (36) e o Bahia (44). Em Salvador, a equipe voltou a sair de campo sem sofrer gols após dez rodadas.

“Mantivemos a defesa menos vazada por quase 70% do campeonato e, de uma hora para outra, as coisas não ocorreram mais bem, mas esta é uma defesa que tem um bom posicionamento, tem altura e que muitas vezes se impõem também no jogo viril”, elogiou Felipão.