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O judoca Thiego Marques está pronto para estrear nos Jogos Parapan-Americanos de 2023, que tiveram início neste sábado (18) e se estendem até o dia 26 de novembro, em Santiago, no Chile. O palestrino vai fazer a primeira luta amanhã (19), a partir das 10h, nas disputas da categoria masculina até 60kg (J2 – baixa visão) – os embates classificatórios terão transmissão do site Panam Sports e as finais passam no SporTV.
“A preparação foi intensa e árdua, mas muito edificante. Intercalei treinos no Palmeiras e na Seleção Brasileira e quero o lugar mais alto do pódio. Em 2019, venci na disputa do terceiro lugar, inclusive, era um atleta [Justin Karn-CAN] que eu já tinha perdido quatro vezes e, por isso, o gostinho foi de primeira colocação. Para esse ano, eu realmente quero buscar a medalha de ouro e estou no Chile justamente para isso”, disse o atleta, que é portador de albinismo e conta com menos de 30% de visão.
Natural de Parauapebas, no Pará, Thiego tem 24 anos e está no Alviverde desde março de 2019. Esse será o segundo Parapan da carreira do atleta, que foi bronze em Lima 2019 e é o atual líder do ranking mundial de sua categoria. Na disputa de 2023, o atleta valoriza a presença da mãe, Claudia Silva, e do coordenador do judô e ex-atleta da Seleção Brasileira, Felipe Pedra, em solo chileno, mas não esquece da importância dos atletas e da comissão técnica do Verdão durante a preparação para o principal evento do ano no calendário do judô paralímpico brasileiro.
“Eles foram mais do que importantes, eles são essenciais. O judô ensina para a gente que não conseguimos crescer sem ter alguém do nosso lado, seja o companheiro de treino ou o sensei. Costumo dizer que a modalidade é o esporte individual mais coletivo que existe e, para mim, foi de suma importância contar com todos, mesmo os atletas que não são paralímpicos. Agradeço ao Palmeiras, aos meus colegas, a toda comissão, ao CPB e a CBDV por todo esse apoio. Continuem torcendo por nós”, diz Thiego, que é admirado e referência para a toda a equipe de judô do Palestra.
Com currículo extenso quando o assunto são títulos, o “ruivo albino”, apelido que gosta de ser chamado, também acumula outras conquistas expressivas, como a prata no Mundial de Baku (2022), ouro no Pan-Americano do Canadá (2022), bronze no Campeonato das Américas (2018), bronze no Campeonato das Américas (2017), prata no Mundial de Jovens (2013) e ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Jovens (2017) – o atleta também disputou os Jogos Paralímpicos de Tóquio de 2020, no Japão.
Confira o bate-papo exclusivo com o judoca Thiego Marques (@thiegomarquesjudo) e conheça mais sobre o multicampeão:
Como foi o seu início no judô?
“Comecei no judô aos 12 anos devido ao bullying que eu sofria na escola, eu não sabia muito bem como lidar com aquilo e fui convidado para participar de um esporte, no caso, o judô. Não tinha pretensão de ser atleta, então entrei como uma forma de recreação e um meio de fazer amizades. Deu tão certo que acabei virando atleta”.
O que você gosta de fazer nos seus dias de folga?
“Todos os dias eu estou no clube, o Verdão é a minha segunda casa e treino bastante. Quando não tenho treinamentos e competições, costumo viajar aos finais de semana, pois gosto de conhecer novos lugares e culturas”.
Qual foi o seu momento mais especial dentro e fora do esporte?
“O meu momento mais especial no esporte aconteceu no ano passado, quando fui prata no Mundial de Baku, no Azerbaijão. Trazer essa medalha para o Brasil foi um momento histórico, pois foi a primeira do país nessa categoria. Fora dos tatames, foi quando eu consegui me formar em fisioterapia no ensino superior, uma conquista que também só foi possível por conta do judô”.
Como é o desempenho do esporte brasileiro nos Jogos Parapan-Americanos?
“O esporte paralímpico brasileiro sempre lidera o quadro de medalhas e o judô tem uma parcela importante nisso, pois trazemos muitos pódios e a maioria deles são compostos por ouros. O legal do esporte paralímpico é que a gente mostra para o mundo que ‘podemos chegar lá’ e fazer o que quisermos, apenas são necessárias algumas adaptações”.
Você já pensa nas Paralimpíadas de Paris 2024?
“Sim, atualmente eu lidero o ranking e tenho feito de tudo para me manter. Estou confiante, todos os dias treino para ser campeão e ganhar uma medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos é um dos meus sonhos”.
O que é ser um atleta paralímpico?
“Ser um atleta paralímpico é uma extrema responsabilidade, é mostrar para as pessoas que, independentemente das dificuldades e limitações, o esporte é a resolução para tudo. Dentro do esporte não existem diferenças, e sim, pessoas querendo evoluir e conquistar”.
Veja a programação do judô nos Jogos Parapan-Americanos de 2023:
19/11 – Domingo
10h – eliminatórias – masculino 60kg (J1 e J2) e 73kg (J1 e J2) / feminino 48kg (J1 e J2) e 57kg (J1 e J2)
15h – finais – masculino 60kg (J1 e J2) e 73kg (J1 e J2) / feminino 48kg (J1 e J2) e 57kg (J1 e J2)
20/11 – Segunda-feira
10h – eliminatórias – masculino 90kg (J1 e J2) e +90kg (J1 e J2) / feminino 70kg (J1 e J2) e +70kg (J1 e J2)
15h – finais – masculino 90kg (J1 e J2) e +90kg (J1 e J2) / feminino 70kg (J1 e J2) e +70kg (J1 e J2)