Departamento de Comunicação
Aos 13 anos, Eduardo César Guimarães já enfrentou muitos desafios, entre eles o preconceito. Diagnosticado com autismo, transtorno neurológico que causa problemas de comunicação e socialização, ele foi rejeitado por diferentes colégios de Sorocaba (SP), cidade onde vive. Educadores e pais se queixavam de que a presença de Dudu na sala de aula comprometeria o aprendizado dos demais estudantes.
“Isso machucou a nossa família, mas nunca desistimos e o resultado apareceu”, diz a dona de casa Cristiane Soriano César, mãe do garoto. “Com a ajuda de fonoaudiólogos e terapeutas, o Eduardo foi evoluindo cada vez mais rápido. E conseguimos colocá-lo na Escola Estadual Arquimínio Marques da Silva, onde ele foi bem aceito por todos”, completa.
Dudu desenvolveu a fala, a capacidade de se relacionar com outras crianças e o amor pelo Verdão. Fã do goleiro Weverton, pediu ao pai, Humberto, para ser matriculado na Academia de Futebol Palmeiras, onde um de seus irmãos (Francisco, de 9 anos) já treinava. Cristiane conversou com o professor Murilo, que trabalha na unidade sorocabana da escola oficial do Alviverde, e ouviu a resposta que sempre buscou.
“Depois de tantos ‘nãos’ que escutamos, o Palmeiras disse ‘sim’ ao meu filho”, conta Cristiane. “O Dudu treina duas vezes por semana, às quintas e aos sábados, e vem melhorando em todos os aspectos. Ele tem evoluído na questão da autoestima e perdido peso. Agradeço à Academia de Futebol Palmeiras, que nos acolheu como família.”
Histórias como a de Eduardo se multiplicam nas 14 escolinhas da rede, presente em diferentes regiões do Brasil. Além de proporcionar que seus alunos desenvolvam as competências necessárias para se destacar em campo, as unidades alviverdes são espaços de convivência onde meninas e meninos com diferentes características aprendem sobre os valores tradicionais do clube, como cidadania, inclusão social e saúde.
Convivência em grupo
Entre as milhares de crianças e adolescentes que treinam diariamente na Academia de Futebol Palmeiras, há dezenas com algum tipo de transtorno neurológico, como autismo e TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade). Todas elas são orientadas por professores capacitados e evoluem de acordo com suas especificidades.
É o caso de Luiz Miguel Zenco Lucena, aluno da escola palmeirense em Maringá (PR). Quando o garoto tinha dois anos, exames constataram que ele sofria de hidrocefalia, acúmulo de líquido nas cavidades internas do cérebro. Operado com sucesso para a colocação de uma válvula na cabeça, Luiz recebeu, aos sete anos, o diagnóstico de autismo.
“Ele não se relacionava bem com crianças da mesma idade; preferia ficar perto de professores ou crianças mais velhas”, relata a maquiadora Michele Cristiane de Souza Zenco, mãe de Luiz Miguel. “Mas, com o tratamento e o empenho da família, ele vem se desenvolvendo. É um anjinho com coração enorme, um presente de Deus em nossas vidas.”
Por influência de um dos avós e do pai, palmeirenses, o garoto se apaixonou pelo Maior Campeão do Brasil. Quando a Academia de Futebol Palmeiras inaugurou a sua unidade na cidade paranaense, Michele se apressou em matricular o filho, atualmente com 10 anos.
“Ele adora jogar futebol e vem melhorando a cada treino”, diz a maquiadora. “Indico a escolinha para todos os pais com filhos autistas. Ela ajuda na socialização, na convivência em grupo, na questão das regras e do foco. É um complemento importante para a criança.”
Saúde é o que interessa
Mais do que um complemento, a Academia de Futebol Palmeiras é fundamental para a saúde de milhares de jovens, como o aluno Caio Zanetti Cucolicchio, de 13 anos. Exame de rotina realizado em 2018 apontou que o garoto sofre de diabetes tipo 1, doença crônica e autoimune na qual o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina.
“Quando abri o resultado, tomei um susto: a glicemia dele estava explodindo”, diz a aposentada Kelly Cristina Zanetti, mãe de Caio. “Liguei para a pediatra, que pediu para eu levá-lo imediatamente ao hospital. A partir dali, conhecemos outro mundo. Até então, nem sabíamos que criança também tem diabetes”, comenta. “Mas o Caio encarou tudo numa boa. A única pergunta que fez ao médico foi: ‘Eu vou poder jogar bola?’. E o médico respondeu: ‘Você deve jogar bola’.”
A Sociedade Brasileira de Diabetes recomenda que diabéticos do tipo 1 façam exercícios aeróbicos, a fim de auxiliar o controle glicêmico. Palestrino, Caio treina duas vezes por semana na escola do Alviverde em Santo André (SP) e sonha em se tornar jogador profissional. Ele utiliza uma bomba de insulina, colocada sob a pele de um dos braços, que faz o monitoramento contínuo da taxa de glicemia no sangue.
“Toda vez que jogo futebol, foco só no futebol; esqueço de tudo, parece que nem tenho diabetes”, diz Caio, que se inspira no lateral Nacho, do Real Madrid-ESP, diagnosticado com a doença aos 12 anos, e no atacante Dudu, seu jogador favorito do elenco tricampeão da América.
Sobre a Academia de Futebol Palmeiras
O principal foco da Academia de Futebol Palmeiras é a formação de cidadãos, pois os valores que os alunos aprendem nas aulas vão além das quatro linhas e servirão para toda a vida. Para garantir a qualidade de ensino e a aplicação da metodologia de treinamento desenvolvida pelo clube, os professores das unidades passam por treinamento e avaliação de profissionais do Verdão. Os professores, todos formados em Educação Física, são capacitados para trabalhar com crianças de diferentes níveis de aprendizagem e desenvolvimento.
Ser aluno das escolas de futebol oficiais do Palmeiras também rende benefícios, como visitas ao Allianz Parque e à Academia de Futebol, avaliações nas categorias de base do clube e muitas outras vantagens.
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